quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Big Night ... Big Time ... Big Time Orchestra

A mais recente viagem deste Weekend Rider foi num mundo de luzes, cores e muito som ...


A noite era chuvosa e a sensação de umidade pairava em todo canto, irritante dirigir por uma São Paulo que não pára mesmo àquela hora da noite, curvas e retas me levavam ao bairro de Moema, onde a boemia lembrava outros tempos, bares cheios, pessoas rindo, paquerando, namorando , bebendo . Eu tinha um destino certo aguardado ansiosamente há meses ... iria ver um show e saberia depois de algumas horas que era " O Show " ... Ladies and Gentlemans ... Big ...Big..Big Time Orchestra .


A casa estava lotada e passando um rápido olhar por tudo percebia o clima de euforia que pairava no ar, a minha própria misturava-se ao ambiente, iria ver ao vivo o que já tinha visto em takes de programas vespertinos e noturnos, conhecera-os num destes programas e mentalmente já agendara ...quando vir a São Paulo não perco , e estava ali, diante de um palco acanhado porém muito bem elaborado cenicamente e com estupenda iluminação, focos e canhões de luz privilegiariam cada artista fazendo-os brilhar com sua arte que empolgaria a todos .

Como a anunciar um grande e aguardado filme, os primeiros acordes do " jingle " da Fox anunciava a entrada da banda que ao vivo simplesmente me hipnotizava e a todos, passado um primeiro instante esta hipnose coletiva virava movimentos, mesmo de um quarentão como eu, tímido para dança e principalmente em ambiente público e desconhecido não conseguia parar de me mexer, inicialmente um pezinho a tamborilar o chão, tap tap tap, e de repente meu corpo todo começava a se mexer sozinho, a sensação era ótimo, desajeitado e sem ritmo observava os rapazes dos metais em suas coreografias loucas e engraçadas e pensava ... " Se eles podem também posso " ... e não precisava saber dançar ... bastava se divertir ... e a Big Time é isso ...uma grande diversão ... embora extremamente profissionais e competentes, passam ao seu público um quê de moleques ... estão ali para divertir mas sobretudo divertindo-se junto e com todos .


Sobre a Banda é impossível eleger um destaque, conduzido pelo vocal afiado e afinado de Zorba Mestre, leva-nos em viagens temporais num passado maravilhoso relembrando desde Ray Charles e sua Hit the road Jack, minha preferida a composições próprias como a história da professora Clotilde, todas levadas com muito swing a destacar a sua brilhante interpretação de um hit de Joe Cocker, no palco somente Zorba e Lilian Nakahodo, a flor do Oriente denominada assim por seus colegas de palco e por todos nós que a vemos ao vivo, é realmente uma florzinha mas que exala um perfume de competência musical extrondoso, é um dos pontos altos do show ... se é que tem ponto alto, pois cada um tem seu instante para brilhar e ficar aqui descrevendo seria injusto com os demais embora algumas passagens ainda ecoam na minha mente até agora como o sensacional solo durante Jhonny B Good de um guitarrista que consegue ser magistral e criativo, amparado por seus colegas dos metais a acompanhar em coreografias pra lá de bem humoradas ou a entrada da banda no meio do público fazendo-nos todos parte integrante do show .

Terminado o show virei um tiete, comprei o DVD vendido ali mesmo e fui nos camarins conhecê-los e fotografar ao lado de meus novos ídolos, que como todo grande e verdadeiro ídolo não tem a arrogãncia dos pequenos, são extremamente atenciosos com seus velhos e novos fans, sabem do sucesso que fazem mas não nos passam um deslumbramento com este sucesso, sabem que percorreram uma longa estrada e que esta estrada ainda tem muito a percorrer, tornam este percurso mais fácil com muita competência, trabalho, profissionalismo, amizade e muita diversão .

Se você não conhece a Big Time vou te dar uma amostra do que eles são capazes,vejam comigo a minha preferida em http://www.youtube.com/watch?v=3R5bOa_c1OA e como diz um dos músicos .

Po po por enquanto é só ... pe pe pe pessoal .

A Big Time é :

Andre Ricciardi - Bateria
Everson Martins - Sax Alto
Raule Alves - Trombone
Fabiano Cordoni - Baixo
Jackerson Bueno - Trompete
Jeronimo Bello - Sax Barítono
Luiz Jiraya - Trombone
Oscar Costa e Silva Junior - Trompete
Ronnie Panzone - Guitarra
Zorba Mestre - Vocal
Lilian Nakahodo - Teclado
Marcio Rangel - Sax Tenor

Mais em seu site próprio :

www.bigtime.com.br

The Bourbon Street Music Club
Rua dos Chanés, 127 Moema São Paulo
www.bourbonstreet.com.br

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

De Jaguariúna a Serra Negra, num Túnel do Tempo

O ano começara, ainda tinha em mente a noite anterior passado sózinho, em minha casa escutando os fogos em sons repetidos que entravam por minha janela, contrariando os dias antes chuvosos, o dia primeiro abria-se em um sol quente e brilhante, consultando os bolsos via que tinha uns trocados até legais , tinha tempo até o domingo e disposição ... por que não ? Consultei um destes guias de bolso e o destino escolhido foi a simpática Jaguaríuna, a " Estrela da Mogiana " ... título que em poucas horas verificaria ser verdadeiro, pois é uma estrela esta pacata cidadezinha .

Carregado os alforges da " Poderosa " , verifiquei no relógio ser pouco mais de 15:00 Hs, Av. do Estado, passando por uma São Paulo fantasma, de ruas vazias, trânsito de carros quase zerados, Marginal Tietê de forma como nunca vira, resolvi seguir pela Rodovia Anhanguera, que de início até Jundiaí pude contar os carros que encontrava, e a contagem não cabia na mão, dando gosto de rodar macio e devagar, curtindo a paisagem e o sol que brilhava forte sobre minha cabeça, ótima rodovia e bem sinalizada foi com facilidade que me vi diante do portal de Jaguariúna, como a tarde já caía, embora tendo feito o percurso em menos de duas horas e meia, achei melhor procurar antes um local para dormir, parando um carro de polícia, afinal ninguem melhor que eles para conhecerem a cidade, pedi ajuda, procurava uma pousada boa e barata, solícitos me indicaram a Pousada Circuito das Águas, próxima ao centro . Sendo atendido pelo próprio dono, o " Seu Márcio " um senhor muito falante e simpático, negociei o preço até domingo, cabia no meu bolso e pude comprovar que era realmente de primeira, quarto arejado, muito bem cuidado, tv, ar condicionado pois o calor chegava a ser insuportável além do que o visual da pousada era um capítulo a a parte, com ares de chácara, um pequeno lago ao lado da piscina emoldurava o local como um quadro . A quinta feira se despedia após um banho e troca de roupa decidi dar uma volta pela cidade à noite, devido ao feriado tudo se achava fechado,não tendo muito que ver, fui até a Praça da Matriz Centenária, linda e bem cuidada, com a decoração de Natal tornando-se ainda mais chamativa, um pequeno coreto que aparentemente servira para o Papai Noel receber as crianças, e a Igreja, iluminada por holofotes roxos dava um brilho ainda mais especial a antiga construção religiosidade e história se misturavam diante de meus olhos e sensações .

A sexta feira dia 2, começara nublada, embora sem chuva, a temperatura mais amena me chamava para a estrada, deixado meus pertences na pousada, peguei a estrada em frente e segui para Serra Negra, 40 km a frente passando por Pedreira e Amparo, numa estrada de pista dupla com muitas curvas e buracos, o limite de velocidade de 60 km P/H forçava-me a ficar atento de olho nos inúmeros radares ao longo da estrada, atravessar Amparo era um jogo de paciência, pois a Av. Marginal que corta a cidade tem sua velocidade limitada à apenas 50km P/H e radares fixos a cada 200 mts, ao chegar de novo a estrada uma Serra travada e com curvas em ferraduras, as vezes bem acentuadas, motos speeds devem fazer a festa naquelas curvas, a Poderosa mostrava-se mais pacata . Em pouco tempo entrava em Serra Negra .

Serra Negra

Serra Negra é uma cidade com todos os aspectos turísticos possíveis, bons passeios, opções de compras, com destaque para as lojas de couros, com jaquetas lindíssimas, porém muito caras, optei por deixar a moto estacionada no centro e pegar um trenzinho turístico que serpenteou pelas ruas de Serra Negra parando por meia hora numa Mini Fazenda, quem tem crianças não pode deixar de conhecer, eles adoram e pela folia que os outros turistas faziam, senti muita saudades de meus filhos quando pequenos, entre cabritinhos, uma simpática Lhama, pequenos pôneis, um desconfiado avestruz o que me chamou muito a atenção foi um coelhinho branco que queria guardar no bolso do colete e um galo punk, com suas penas parecendo uma cabeleira muito louca . Terminado o tempo de volta ao trenzinho e de volta a cidade, antes do ponto final mais uma paradinha num lindo parque com um lago cheio de grandes carpas coloridas e bicas de fontes de águas minerais, o passeio que durou cerca de uma hora me deixou de novo na rodoviária central . O estõmago reclamava e era hora de almoçar antes de conhecer mais coisas . A pequena pausa também servia para recuperar-se do cansaço antes de caminhar a pé pelo centro, lindas praças, algumas fotos , não pude deixar de me fotografar ao lado da estátua do Golias no banco da praça, e não era o único pois a fila se formava, deve ser um cartão postal da cidade .

Disneylândia dos Robôs

Cerca de 400 metros à frente fica um curioso museu, montado por um abnegado um casarão antigo mais com cara de castelo, já chama atenção pela fachada e pela Brasília Limousine estacionada permanentemente atrás de um Fusca Hérbie, ao entrar por estreitos corredores, nossa visão é tomada por centenas de robôs em movimento, trem elétricos, artigos curiosos e muitas publicações, é um verdadeiro empório cultural, claro que gostaria de ter mais tempo para ler as centenas de revistas antigas, mas tinha muita coisa a se ver , como os enormes e curiosos caleidoscópios movidos a manivelas ou um enorme robô pedalando uma bicicleta, mais uma vez senti falta de minhas crianças, eles com certeza adorariam ver e brincar nos joguinhos dos robôs, realmente uma Disneylandia de Robôs .

O Cristo Redentor

O tarde avançava e o céu ficava mais carrancudo, era hora de retornar, mas ainda existia um passeio a fazer, subir a montanha e ficar aos pés do Cristo Redentor que de braços abertos abençoava todo o vale, a estrada sinuosa em paralelepípedos me faziam rezar mentalmente, se chovesse eu teria que descer rolando agarrado a Poderosa, pois aquilo deveria ficar liso como um sabão, minhas preces foram atendidas, e chuva se guardou para a noite, pude contemplar a beleza e a paz do lugar, o enorme Cristo enchia meu coração de alegria e religiosidade, saudades de momentos perdidos e fé em momentos vindouros . Era hora de retornar e a estrada cheia de curvas me aguardava, em pouco mais de uma hora estava de novo na pousada em Jaguariúna .

Bar da Praia

Tornou-se um ponto turístico e atração da cidade, e merece com louvor o destaque, primeiro que não há como errar, na cidade inteira há placas indicativas de como chegar, aconchegante, bonito, rústico , os adjetivos poderiam se multiplicar aqui, mas prefiro dizer em uma palavra ... maravilhoso ! A entrada já mostra como é o ambiente, passando pela cozinha aberta onde podemos apreciar caso queira a preparação dos pratos, tem vários e grandes ambientes decorados como se estivéssemos realmente a beira do mar, nas paredes enormes barcos, lustres em forma de conchas, cascatas e muito verde, poderia sujerir no sistema de som ambiente o barulho das ondas, mas seria um devaneio a encobrir o som da banda ao vivo num pequeno e simpático palco , aliás simpatia é palavra reinante ali ... desde a Hostess uma simpática morena a mostrar todos os cantos do recinto às atendentes, todas se esmeram em atender bem . Chamou me a atenção a quantidade de fotos de famosos tiradas em suas visitas ao bar, imagens de personalidades como Pelé, Hortência, Neto entre tantas figuras de celebridades o que dá um toque especial a casa . Atravessando a rua uma continuidade do Bar da Praia, na verdade uma lojinha de souvenires para se levar pra casa um pouquinho do que vimos e sentimos ali ... um ponto de encontro por ser até bem próximo de São Paulo a se retornar muitas vezes .

Maria Fumaça

O sábado começara chuvoso, impróprio para andar de moto, recebera de seu Márcio ingressos cortesias para o famoso passeio de Maria Fumaça, o que me motivara a escolha pela cidade, com meia hora de antecedência me encontrara na estação,
transformada em point da cidade com seus dois restaurantes bem concorridos e em anexo a estação uma locomotiva e um vagão parada em exposição permanente, servia de cenário para fotos com roupas antigas fornecidas por uma empresa concessionária , em frente o Centro Cultural, um pequeno museu que exibia peças antigas e não deixava morrer a história da E.F. Mogiana, num quadro enorme revivemos fotos e fatos marcantes de como um francês apaixonado pela Estrada de Ferro juntamente com 3 heróis lutaram para trazer de volta estes tempos apaixonantes, restaurando um ramal desativado de linha e fazendo renascer algumas locomotivas a vapor e vários carros, que hoje fazem a alegria de pessoas como eu e tantas outras saudosistas ... um apito longo e cortante me chamou a atenção fazendo que saisse rápido do prédio rumo a plataforma ... ela chegara .

Uma Estrela ou uma velha senhora, de passos lentos, cadenciados, entrou pela estação tirando olhares e suspiros de todos, suas baforadas de fumaça eram como saudações . A chuva irritante não tirava o brilho do velho trem, as crianças gritavam extasiadas, os mais velhos não cansavam de repetir ao redor as estórias dos velhos tempos, de como viajaram numa destas até muito longe e longe também era o tempo que isso ocorrera ... entrar no carro e sentar em seus bancos de madeira era voltar no tempo ... eu me emocionara pois trens sempre fizeram parte de minhas memórias de menino num distante Paraná .

O Sino e o apito anunciava a partida, a velha Pacific 504 se enchia de força e coragem, fumegava, esbravejava e de repente num solavanco começamos a rodar, o ritmo era lento, chacoalhado, o som era como uma música aos meus ouvidos ... " Chá com pão, chá com pão ... " a paisagem pela janela era deslumbrante, grandes fazendas de gado, pontes antigas tudo me deslumbrava ... a voz pausada do bilheteiro vestido a caráter me tirava de meus devaneios, tickando o bilhete pude reparar em seu quepe e seu uniforme, que completava sobremaneira a sensação de túnel do tempo .

Como era sábado, fizemos apenas metade do trajeto, até Tanquinho, e duas horas depois estávamos de volta a Jaguariúna e de volta ao presente,ficando uma sensação gostosa de espírito de menino ... minha viagem e minhas pequenas férias aproximavam-se do fim, dia seguinte bem cedo me despedi da pousada e de Seu Márcio e rumei direto para casa, em duas horas estava de frente ao meu portão e minha rotina , triste por alguns acontecimentos mas feliz e renovado para um novo ano, novos sonhos, novas viagens . Agora sim 2009 começara para mim ...

Aliás, a você que está lendo este texto fica aqui meus votos de muita felicidade, muitas realizações, muita amizade ... em suma ...que seu 2009 seja repleto de coisas boas como a liberdade de uma estrada, vento no rosto e sol sempre a brilhar sobre nossas cabeças .

ROTEIROS :

Em Jaguariúna

Pousada Circuíto das Águas :
Rua Cap. Ulisses Moazotti, 1088 Fone (19)3867-2837
www.pousadacircuitodasaguas.com.br

Bar da Praia
Av. Alexandre Marion, 364 Fone (19)3867-5200
www.bardapraia.com.br

Passeio de Maria Fumaça
www.mariafumacacampinas.com.br
Jaguariúna a Tanquinho Sábados 10:00 e 15:00 Hs Valor 25,00
Domingos 10:00 - 14:00 - 16:30 hs

Jaguariúna a Anhumas Somente aos domingos 12:30 Hs Valor 40,00


Em Serra Negra

City Tour Trenzinho Turístico
Partidas da Rodoviária a cada 30 minutos com parada na Mini Fazendinha Tia Linda
www.trenzinhotialinda.com.br

Disneylandia dos Robôs
Imperdível
Endereço
Rua: Estevam Franco de Godoy Nº314
Telefone
(19)3892-3716

Parque do Cristo Redentor
no Pico do Fonseca (1.080 m); mirante e visão panorâmica da cidade e montanhas; acesso através do Miniférico que parte da Praça João Pessoa ou pela Rua Antônio Jorge José.

Parque Fonte Santo Agostinho
Fonte Santo Agostinho e Fonte Santa Luzia; pequena trilha dentro de vegetação nativa; lago com peixes; Rua Cel. Estevão Franco de Godoy, Centro.